DOCENTE
Autora:
Joyce Silva dos Santos (PIBID / P.A.A. / FEUC / FIC)
joy-santos1@hotmail.com
Co-autoras:
Elisete de Souza Pereira (PIBID / P.A.A. / FEUC / FIC)
lila.souza7@gmail.com
Michele Rodrigues da Silva Bitencourt Calisto (PIBID / P.A.A. / FEUC / FIC)
mrsbc180108@yahoo.com.br
Vânia Gonçalves de Almeida (PIBID / P.A.A. / FEUC / FIC)
almeida.vaninha@yahoo.com.br
Orientadores:
Professora Doutora Arlene da Fonseca Figueira
Professor Mestre Erivelto da Silva Reis
RESUMO: A palavra Letramento refere-se à capacidade de apropriação da leitura e da
escrita, bem como das práticas sociais que estão a elas relacionadas. Assim, pressupõe-se
que o ato de letrar esteja além do simples ensino do código linguístico, porque o texto
literário passa a ser entendido como um fenômeno ao mesmo tempo cognitivo e social e de
extrema função educativa. Este estudo pretende relacionar o amplo sentido educacional da
literatura com a prática de letramento escolar, apresentando as experiências e dinâmicas
envolvidas na produção de acervos de áudio (P.A.A.) desenvolvidas no subprojeto PIBID –
do Curso de Letras - Português/Literaturas - das Faculdades Integradas Campo-grandenses
(FIC), com o apoio da CAPES. Como suporte teórico destacam-se os conceitos propostos
por LAJOLO (2006), nos quais debate-se a abordagem sobre o crescimento quantitativo da
produção literária voltada para o público infantil conflitando com a baixa qualidade de
muitos desses textos; (COLOMER, 2007), conceito de letramento escolar; (COSSON,
2009), com as concepções de promoção do letramento através do estudo do texto literário;
(KLEIMAN, 2006), com as concepções de leitura escolar, no qual o texto literário é o
protagonista da prática docente de letrar poetizando.
I – INTRODUÇÃO
A presente pesquisa visa avaliar a relação entre texto literário e práticas de
letramento. Para tanto apresenta concepções teóricas acerca das propostas de letramento
literário, bem como as experiências e dinâmicas produzidas com o texto literário nas
oficinas de Produção de Acervo de Áudio, do subprojeto PIBID / FIC / P.A.A., do Curso
de Letras, Português/Literaturas, das Faculdades Integradas Campo-grandenses (FIC),
mantidas pela Fundação Educacional Unificada Campograndense com o apoio da CAPES.
A prática docente, no âmbito da leitura e da escrita, tem percebido que o simples
ensino do código linguístico não é suficiente para que o (a) aluno (a) da educação básica
desenvolva habilidades de ler e de escrever e fazer uso cognitivo e social desses processos.
Repensando a prática docente de formar indivíduos letrados e não alienados, este estudo
procura abordar as concepções de letramento escolar aplicando o uso do texto literário
como forma de promover o letramento dos discentes de forma lúdica e poética.
Visando ao ambiente escolar, como local de promoção de sujeitos letrados, a
presente pesquisa propõe reunir algumas práticas de leitura e trabalhos com textos
literários que promovam a interação do aprendiz com a leitura e o meio social no qual está
inserido, ampliando, assim, o seu letramento literário.
Como embasamento teórico para a abordagem realizada, foram utilizados o
conceito de letramento escolar (COLOMER, 2007); as concepções de promoção do
letramento através do estudo do texto literário (COSSON, 2009); as concepções de leitura
escolar, (KLEIMAN, 2006 e KOCK & ELIAS, 2006); a abordagem sobre o crescimento
quantitativo da produção literária voltada para o público infantil conflitando com a baixa
qualidade de muitos desses textos (LAJOLO, 2006); e as concepções teóricas de
letramento (SOARES, 1998).
II - O CONCEITO DE LETRAMENTO E AS CONCEPÇÕES DE LEITURA ESCOLAR
Segundo SOARES (1998), “Letrar é mais que alfabetizar, é ensinar a ler e escrever
dentro de um contexto onde a escrita e a leitura tenham sentido e façam parte da vida do
(a) aluno (a)”.
Assim, o letramento vai além do simples ensino-aprendizagem do código
linguístico e da decodificação de letras e de palavras. Compreende o olhar atento do
educador e do (a) educando (a) para o sentido mais abrangente do texto e da ampliação de
conhecimentos de mundo que a leitura proporciona, tornando o (a) estudante um (a)
usuário (a) autônomo (a) da língua. Dessa forma, o letramento não visa apenas ao domínio
do código, mas constitui-se como prática social, na qual o indivíduo deve saber fazer uso
do código linguístico em diferentes situações de seu cotidiano. No entanto, mesmo diante
deste entendimento do que seja um indivíduo letrado, tem-se analisado que o ambiente
escolar não tem promovido o letramento dos (as) discentes, pois as concepções de leitura e
escrita estão voltadas para o ensino-aprendizagem do código linguístico e não para o
entendimento sócio-cognitivo de tais práticas desses processos.
Ao abordar o ensino da leitura em Andar Entre Livros, a autora Teresa Colomer
(2007) coloca que, “[...] Se o tema preocupa tanto [...] é porque existe essa consciência
generalizada, [...] de que o objetivo de formar o leitor não tem obtido o êxito esperado”, e é
através dessa consciência que se tem abordado o uso do termo letramento escolar e as
práticas de leitura e escrita utilizadas pela escola. Dessa mesma forma, verifica-se que, por
trás dos grandes índices de analfabetismo, outro índice também cresce: a quantidade de
analfabetos funcionais em nosso país, ou seja, há um elevado índice de brasileiros que
frequentaram a escola, mas não conseguem utilizar a leitura e a escrita em sua prática
social, continuando, assim, tão analfabetos quanto os que nunca passaram pela escola.
Pensando nos índices de analfabetismo funcional, na falta de interesse que os (as)
colegiais apresentam pela leitura e nas relações que a escola tem com o ensino da leitura e
com as atividades de interpretação de texto, KLEIMAN (2006) expõe que a leitura
promovida pela escola vem de práticas desmotivadoras, pois o material escrito com que o
(a) aluno (a) tem contato em sala de aula é de difícil entendimento, o que torna a leitura
uma atividade tortuosa de decifração de palavras.
E, na mesma linha de raciocínio, KOCK
& ELIAS (2006) também criticam o modo como a leitura é utilizada em sala de aula.
Segundo elas a leitura promovida pela escola e o material didático estão centrados em concepções de leitura que não promovem a interação entre leitor (a) e texto, sendo assim,
tais leituras estão focadas na decodificação do código linguístico, na captação de ideias
passadas pelo autor, no reconhecimento das estruturas do texto e, nesse sentido, realizam
apenas uma atividade de reconhecimento e reprodução, no qual a leitura em si acaba não
fazendo sentido para o (a) educando (a).
Como os contatos mais sistemáticos que os (as) estudantes têm com a leitura são
mediados pela instituição escolar, que, segundo as concepções das autoras supracitadas, se
utiliza de bons textos seguidos de exercícios que promovem somente a decodificação do
código linguístico; a leitura é transformada em uma atividade reprodutiva e repetitiva, o
que reflete na falta de interesse dos (as) discentes pela leitura.
ALTERNATIVA PARA A PRÁTICA DOCENTE
Compreender a relação do sujeito com a palavra escrita demanda a compreensão da
relação que esse indivíduo estabelece com os outros e com a própria linguagem. Têm-se aí
pistas muito claras de que não se pode entender o processo de aprendizagem,
desenvolvimento e uso da palavra escrita apenas do ponto de vista individual, da
perspectiva da aprendizagem do código alfabético.
Repensando a prática de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita que permeiam
o ambiente escolar LAJOLO (2006) coloca que:
É fundamental que exercícios e atividades trabalhem elementos do texto que
contribuam para um relacionamento mais intenso dos alunos com aquele texto
particular e que, como uma espécie de subproduto da atividade ou do exercício,
fique inspiração e caminho para o inter-relacionamento daquele texto com todos
os outros conhecidos daquele leitor e - lição maior! - a intuição da quase infinita
interpretabilidade da linguagem de que os textos são constituídos. É exatamente
no exercício dessa reinterpretabilidade que cada leitor, assenhorando-se do texto,
torna-se sujeito de sua leitura [...]
(LAJOLO, idem, p.51)
Dessa forma, ao repensar a prática de leitura utilizada pela escola, a autora propõe
que o objetivo da atividade de leitura proposta à turma seja sempre centrada no significado
mais amplo do texto, que leve o (a) discente a observar mais de perto procedimentos
realmente relevantes para o significado geral do texto e para sua interpretação, levando em
consideração os diferentes contextos sociais em que o texto e o (a) leitor (a) estão inseridos e os conhecimentos prévios que já tenham de outras leituras. Pois, segundo a autora, se
assim não for, mesmo que solicitadas por professores e organizadas por especialistas, as
atividades de leitura podem se tornar um instrumento distanciador entre o (a) ledor (a) e o
texto.
É nesta perspectiva de levar o (a) colegial a compreender o real significado da
prática de leitura, que este estudo tem como objetivo maior defender o uso do texto
literário no ensino da leitura e da escrita, como forma de propiciar aos mesmos uma fonte
de significados entre o texto e seus conhecimentos de mundo.
Segundo o autor Rildo Cosson (2009), em Letramento Literário: Teoria e prática,
O letramento literário [...] possui uma configuração especial. [...] o processo de
letramento que se faz via textos literários compreende não apenas uma dimensão
diferenciada do uso social da escrita, mas também, e sobretudo, uma forma de
assegurar seu efetivo domínio. Daí sua importância na escola, ou melhor, sua
importância em qualquer processo de letramento, seja aquele oferecido pela
escola, seja aquele que se encontra difuso na sociedade.
(COSSON, idem, p.12)
Dessa forma, verifica-se que o letramento através do texto literário trabalha não
apenas o uso do código linguístico que a escola deve proporcionar aos (às) alunos (as),
mas, também, desperta o cognitivo deles (as) para o sentido daquele texto em suas vidas,
fazendo-os (as) entender as relações sociais que a leitura e a escrita desempenham,
tornando-os (as) sujeitos autônomos (as) e capazes de utilizar a leitura e a escrita
socialmente em seu cotidiano.
De acordo com o autor, a literatura promove o contato do (a) leitor (a) com algo
bem próximo de sua realidade, pois as vivências lidas no texto têm, sobretudo, ligação com
as experiências de vida daquele (a) que lê, por isso, a leitura, quando mediada pelo (a)
professor (a), funciona como um diálogo entre agentes sociais que reconstroem o
significado do texto a partir da interação dos (as) leitores (as) com o mesmo, o que não
acontece quando a leitura é apenas voltada para a apreensão do código linguístico. Assim,
o autor ainda coloca que,
processos formativos tanto da linguagem quanto do leitor e do escritor. Uma e
outra permite que se diga o que não sabemos expressar e nos falam de maneira
mais precisa o que queremos dizer ao mundo, assim como nos dizer a nós
mesmos. (COSSON, idem, p. 17)
Então, o contato do (a) educando (a) com o texto literário abre caminhos para sua
formação tanto como usuário (a) autônomo (a) da língua, quanto como sujeito social,
levando-o (a) à discussão e à reflexão sobre seu papel na sociedade. Esse processo de
reflexão e discussão nada mais é do que a interação que a literatura permite com questões
referentes ao meio social do indivíduo, pois nela encontrar-se-á o presente, o passado e o
futuro das muitas experiências que eles já trazem consigo antes mesmo de aprender a ler e
escrever.
De acordo com COSSON (ibidem) a literatura tem grande função educativa. Desde
a antiguidade já se verificava o uso do texto literário como forma de ensinar seus (as)
ledores (as) a discernir o certo do errado. Por meio da imitação do erro, a literatura
demonstrava à eles (as) o que não deveria ser feito, assim, tinha a função de educar o povo
moral e socialmente.
Além disso, o texto literário sempre foi visto também como uma
forma de unir o útil ao agradável, ou seja, o ensino do código linguístico com o prazer que
a leitura dos textos proporciona. Sendo assim, temos, ainda hoje, o texto literário como
recurso para o letramento escolar, no entanto, como já foi verificado por alguns teóricos, o
sentido do ensino da literatura vem sendo distorcido dentro do ambiente escolar, para dar
espaço a concepções de leitura que não levam em consideração a bagagem cultural que o
indivíduo já possui e que desconsideram a voz desse indivíduo perante as práticas sociais.
O que termina por tornar o ato de ler uma atividade de alienação.
Para que o texto literário seja de fato uma ferramenta de letramento escolar é
necessário que se repense as atividades de leitura e interpretação de textos que são, muitas
vezes, propostas pelo material didático escolar. O que faz com que, para que a leitura faça
sentido da vida do estudante, seja preciso elaborar uma nova forma de trabalhar com a
literatura em sala de aula, diminuindo a quantidade de leituras de fragmentos para
aumentar a qualidade de leitura de textos completos, o que pode proporcionar ao (à)
estudante um entendimento mais amplo do texto.
COSSON (ibidem) diz que, entendendo a leitura como um ato cognitivo e social,
pode-se reunir diferentes teorias sobre a leitura, essas teorias estão centradas em três
grupos, conforme também explica KOCK & ELIAS (2006), em Ler e compreender: os sentidos do texto, segundo as autoras as teorias de leitura podem estar centrada no autor, no
texto ou na interação autor-texto-leitor. De acordo com Rildo Cosson, os dois primeiros
grupos desconsideram a participação do leitor como construtor do processo de leitura e
visam apenas à apreensão do código e o entendimento do que diz o autor, o último grupo “Trata-se, pois de um diálogo entre autor e leitor mediado pelo texto, que é construído por
ambos nesse processo de interação.” (COSSON, ibidem, p.40).
Segundo o autor,
processo linear. A primeira etapa, que vamos chamar de antecipação, consiste
nas várias operações que o leitor realiza antes de penetrar no texto propriamente
dito. [...] A segunda etapa é a decifração. Entramos no texto através das letras e
das palavras. Quanto maior é a nossa familiaridade e o domínio delas, mais fácil
é a decifração. [...] Denominamos a terceira etapa de interpretação. [...] relações
estabelecidas pelo leitor quando processa o texto. O centro desse processamento
são as inferências que levam o leitor a entretecer as palavras com o
conhecimento que tem do mundo. [...] (COSSON, ibidem, p.40)
Assim, o processo de letramento através do texto literário deve compreender em
conjunto esses três grupos como uma forma homogênea de se compreender o papel da
leitura em nossas vidas. No entanto, é no processo de interpretação que se verificará o
sentido maior do ensino da leitura literária, pois é através desse processo que haverá a
interação do (a) leitor (a) com a leitura realizada. É através desse processo que o (a) ledor
(a) tirará suas conclusões sobre a leitura, questionando-se quanto a importância da mesma
para sua vida.
E, é nesse sentido que entra o papel fundamental do (a) docente, cabendo a ele (a)
mediar todo o processo de leitura, permitindo que o (a) leitor (a)/aluno (a) experimente
cada etapa do processo sem perder o foco principal do texto literário: o prazer do ato de ler.
IV – OFICINAS DE LEITURA E DINÂMICAS DE PRODUÇÃO DE ÁUDIO COM
TEXTOS LITERÁRIOS – PIBID / FIC / P.A.A.
Este ponto da pesquisa procura comprovar como o uso do texto literário pode de
fato promover o letramento literário, para tanto utiliza as experiências e dinâmicas
envolvidas no processo de produção de acervo de áudio do subprojeto PIBID / P.A.A., no
qual o texto literário é a principal fonte de promoção de letramento e interação entre o
texto, o (a) discente e os (as) futuros (as) docentes da área de letras com habilitação em
Português e Literaturas.
Como vimos, a literatura é fonte de conhecimento e prazer, o que a faz um
riquíssimo material de conhecimentos do mundo e do ser humano.
Através dela vemos refletidas novas vidas, nosso ambiente social, nossos ideais, dificuldades, e, é claro, nossas
vitórias. A literatura torna-se assim a reprodução mais fiel e criativa da nossa realidade,
ainda que seja ela fictícia. Pensando nisso, este subprojeto tem como objetivo principal
levar a arte da leitura ao conhecimento de cada vez mais pessoas, sejam aquelas que, por
motivos de deficiência visual, não podem fazer a leitura; sejam aquelas que não a
conhecem por não poderem ter o conhecimento do código linguístico; ou até mesmo
aquelas que por falta de tempo, devido à correria do dia a dia, não podem desfrutar da
leitura. Assim, o produto final deste projeto objetiva a produção de um acervo de textos
literários reproduzidos em cd’s de áudio.
O trabalho do projeto com a literatura será realizado através de oficinas de leitura
de obras literárias com colegiais do segundo segmento do ensino fundamental,
proporcionando aos mesmos o contato com o texto literário mediado por leitores (as) mais
experientes das obras, ou seja, futuros (as) docentes na área de Português e Literaturas. O
propósito é fazer com que os textos trabalhados façam sentido para os (as) educandos, para
isso serão trabalhados nas oficinas o entendimento do código, o conhecimento do texto,
bem como do autor, a interação e o diálogo referente à interpretação que o (a) estudante
fará da obra lida. E, assim, como produto final, será realizada a gravação do texto em
áudio, para ser distribuído gratuitamente para pessoas com deficiência visual e demais
interessados.
Como proposta de trabalho com o texto literário temos a apresentação do texto Conto ou não conto?, de Abel Sidney, que está disponível em domínio público.
O texto
conta a história de duas meninas, que se veem numa situação desagradável, uma conta à
outra seu segredo, e esta outra sente vontade de contá-lo à mãe da menina. A história
representa bem os conflitos vividos por adolescentes que muitas vezes não sabem lidar
com as diversas situações da vida e serve como um ato de reflexão para os (as) discentes
que compreendem a mesma faixa etária exposta no texto. Dessa forma possibilitará que os
mesmos se vejam em situações similares que possam ter vivido. Após ser feita a leitura, o
essencial é que os (as) colegiais sejam provocados (as) a se posicionar diante do assunto,
expressando assim, suas visões sobre o fato e rompendo com a barreira entre a leitura e o
prazer, para logo após iniciar as leituras que serão feitas pelos próprios (as) alunos (as) e
depois gravadas em áudio.
V – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A linguagem é exercitada por todos os indivíduos de variadas formas em diferentes
contextos sociais, de modo que o mundo compreende aquilo que a palavra nos permite
dizer, sendo ela a expressão constitutiva do mundo. Assim, torna-se necessário que todos
os constituintes desse social que chamamos de mundo, saibam utilizá-la em prol de seu
bem-estar, de acordo com seus propósitos. Entretanto, segundo COSSON (2009), é no
exercício da leitura e da escrita dos textos literários que se desconstroem as regras impostas
pelos discursos padronizados da sociedade letrada e se constrói um modo próprio de se
fazer dono da linguagem que, sendo minha, é também de todos, pois ela nada mais é do
que um ato social.
Por acreditar que o texto literário é o melhor recurso para envolver o (a) educando
(a) com a leitura, rompendo, assim, com o discurso de que os (as) estudantes não gostam
de ler, que a leitura para eles não faz sentido, etc.
Apostamos na leitura de textos literários
como forma de letrar e formar sujeitos autônomos e capazes de fazer uso social da leitura.
O trabalho com o texto literário através das oficinas de leitura do subprojeto PIBID
/ P.A.A. proporciona ao (à) futuro (a) docente uma ampla experiência com o processo de
apropriação do lúdico e do real que somente a literatura poder proporcionar aos (às)
leitores (a). Além disso, proporciona a iniciação do (a) docente à pesquisa e à prática de
letramento escolar e suas implicações na sociedade; beneficiando o corpo discente escolar
com o prazer que o texto literário proporciona à atividade de leitura e escrita desenvolvidas
pela escola.
VI – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COLOMER, Teresa. Andar entre livros: a leitura literária na escola. Trad. Laura Sandroni. São Paulo: Global, 2007.
COSSON, Rildo. Letramento Literário: Teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2009. KLEIMAN, Ângela. Oficina de Leitura: teoria & prática. 11 ed. Campinas, São Paulo: Pontes 2006.
KOCH, Ingedore Villaça; ELIAS, Vanda Maria. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.
LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6. ed. São Pulo: Ática, 2006.
SIDNEY, Abel. Conto ou não conto?. Disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/ea000337.pdf>. Acesso em: 24 nov 2014.
SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
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